Por Leandro Fortes
Fonte da informação:
http://www.brasiliano.com.br/revistas/edicao_59.pdf?PHPSESSID=1d381f30a02a65c63b13c164095023fc
RESUMO
A implementação de Soluções Integradas, tais como Salas de Comando e Controle em órgãos de Segurança Pública e Privada seria de extrema funcionalidade e operacionalização, por prevenirem perdas patrimoniais e pessoais. Porém, quando se contabiliza os investimentos a serem disponibilizados no contexto de qualquer situação, ficamos diante de grandes dificuldades. Com a divulgação de bons resultados de estruturas já existentes, esse quadro, contudo, pode começar a mudar.
Palavras-chave: Sistemas de Segurança Integrada, Salas de Comando e Controle, Sala de Situação e Meios, Segurança Privada, Segurança Pública.
ABSTRACT
The implementation of integrated solutions, such as Command and Control Rooms in organizations of Private and Public Security would be enought functionally and operationally, by preventing property and personal losses. But by accounting the available investments in any situation context, we find great challenges. But, with the strong results release of existing structures, this framework can start changing.
Keyword: Integrated Security Systems, Command and Control Room, Situation Room and Media, Private Security, Public Safety.
1. INTRODUÇÃO
Mitigar e gerenciar riscos, quando se tem a disponibilidade de amplificar o nível de segurança de qualquer empresa ou instituição com a implantação de sistemas de segurança integrada / salas de situação e meios. Nos últimos 20 anos, o cenário da segurança brasileira tem se modificado gradativamente, à medida que cresce a demanda por efetivos da segurança pública e privada. O aumento da criminalidade, as crescentes organizações do tráfico de drogas, as crises da violência urbana geradas nas principais capitais brasileiras, exigem cada vez mais de nossas autoridades medidas emergenciais e contingenciais para a contenção imediata de crises e prospecção de cenários desejáveis para os próximos 10 anos, inclusive no gerenciamento de grandes eventos esportivos que o Brasil sediará.
2. OBJETIVO
Descrever o uso da como melhor forma de mitigação de riscos e também como plano de continuidade de negócios.
3. DESENVOLVIMENTO
Eu trabalho na área de segurança privada há pouco tempo. Desde 1996. Digo pouco tempo, porque apesar de ser uma área relativamente nova em nosso País, conheço centenas de profissionais de segurança que estão no mesmo segmento há muito mais tempo, praticamente uma vida inteira. Portanto, sou apenas um “adolescente” na área.
Nesse curto período de atuação no segmento, no entanto, tento acompanhar a evolução tecnológica empregada em sistemas de monitoramento e controle, em desenvolvimento de normas e processos, bem como no treinamento e desenvolvimento de recursos humanos especializados.
Se observarmos as grandes e médias empresas neste período, percebemos que suas respectivas áreas de segurança, têm se aperfeiçoado em relação aos seus procedimentos, seguindo à risca a padronização corporativa e também ao que se refere às determinações e padronizações internacionais.
Já em relação aos nossos recursos humanos, as exigências legais não nos apresentaram mudanças significativas, pois a formação de profissionais de base, ainda exige apenas até o quarto ano do ensino fundamental. Todavia, associações específicas criaram certificações de especialistas e universidades passaram a oferecer cursos de formação superior, com foco em Gestão de Segurança. Há, atualmente, também cursos de pós-graduação, onde o foco do profissional de segurança pode alçar voos maiores e mais bem-sucedidos.
Mas, a base ainda é, realmente, deficitária.
Em termos de tecnologia de segurança, assim como em todos os demais segmentos, podemos nos surpreender um pouco mais. Em uma época em que alta tecnologia, como I-pods e Internet aceleram a globalização mundial, nossa área também ganha muita agilidade na prevenção patrimonial e consequente mitigação e gerenciamento de riscos empresariais.
Tive a oportunidade de iniciar minhas atividades em 1996, como operador de um Centro de Informações e Monitoramento, dentro de um departamento de Segurança – já muito bem segmentado para a época – de uma grande instituição financeira.
Naquela época, monitorávamos alarmes de agências bancárias, através de sistemas totalmente analógicos, onde a maioria nos “alertava” de situações de perigo real apenas com um breve sinal sonoro.
Alguns conseguiam ainda disponibilizar sinais também visuais, nas lendárias telas de computadores 386, muitos ainda em sistemas DOS. Era uma forma, hoje, considerada “primitiva”, mas com uma visão de longo alcance, já que as atividades não se limitavam apenas ao monitoramento, mas também à integração das diversas informações pertinentes às equipes que, também, atuavam de forma preventiva e ostensiva como: pronta-resposta, transporte de valores, tratamento e atendimento de ocorrências em geral, vistorias técnicas, planos de segurança, projetos especiais, inteligência e contra inteligência e inspetorias e rondas táticas diárias no intuito de mitigação de ações delituosas.
O que quero dizer, afinal, é que a maior limitação até então, era a já comentada tecnologia. Afinal, naquela década, já se operacionalizavam em países como Israel e Estados Unidos tecnologias suficientes aliadas à inteligência estratégica, já muito estudada por essas nações, na concretização e aplicação das chamadas salas de controle e comando.
O objetivo dos profissionais naquela época, ainda estava crescendo em outro foco, o de formação tática de grupos especiais no Brasil, pois estávamos em estágios menos turbulentos, mas não menos preparados, e sim, com massa crítica e tática atuante e em constante desenvolvimento.
Além disso, a crença de empresários, industriários e executivos em geral para investimentos tão significativos ainda era muito menos expressiva.
Os anos se passaram e alguns cenários, anteriormente previstos, se concretizaram.
Com a formatação daquela equipe divisionária de segurança, já na década de90, atão sonhada tecnologia hoje nos proporciona a aplicação de um sistema de segurança integrado muito capaz, se bem administrado e monitorado junto à alta administração de qualquer organização.
Aquele Centro de Informações citado há pouco, hoje é conhecido por Sala de Situação e Meios e, com o conceito de Salas de Comando e Controle, se consolidou como uma referência na América Latina em assegurar a continuidade de negócios, prevenir riscos em todas as esferas corporativas e ainda fomentar a instituição em relação a todas as informações divulgadas nas mais diversas mídias de mercado, em real time.
Com imagens de unidades em todo o Brasil sendo monitoradas on line, tendo monitoramento exclusivo de tráfego aéreo e terrestre de VIPs, com controles de acesso integrados e controlados o tempo todo em sedes administrativas, de equipamentos de alarme via rede e GPRS, de equipes de pronta-resposta mapeadas e com atendimento padronizado, de equipe de prevenção e combate à incêndios com controle imediato de centros vitais da instituição, tais como CPD, entre outros: estou falando especificamente da primeira Sala de Situação e Meios – 24 horas (Sala de Comando e Controle), implementada à serviço de uma grande instituição e com investimentos agressivos em nosso País.
Em funcionamento desde 2006, e com pequenas inserções tecnológicas a favor da atualização constante, a Sala de Situação e Meios proporciona resultados muito expressivos no Gerenciamento de Riscos Corporativos e na continuidade dos negócios, fazendo, inclusive, a interface com sedes locais da Segurança da Instituição em países como Espanha e México.
O investimento no emprego de tecnologia de ponta, o foco no treinamento de operadores, supervisores e coordenadores e a correta distribuição e aplicação de normas, faz desta sala, o coração de todo o sistema integrado de segurança da dita instituição.
E isso, com certeza, pode ser levado à todos os níveis de Segurança Corporativa com ênfase em Gerenciamento de Crises e Planos de Contingência, abrindo novas expectativas no contexto da Segurança Brasileira.
CONCLUSÃO
As salas de Comando e Controle a partir desta década podem se tornar modelos de referência para Segurança Privada e Pública em nosso país. Sua implementação deve atender às necessidades e dificuldades que circundam em nosso cenário de criminalidade, mas, não será, a solução de todos os problemas, sendo somente o começo de uma nova tendência tecnológica aliada a processos e recursos humanos.
REFERÊNCIAS
Experiência do autor em 14 anos de trabalhos desenvolvidos em Segurança Bancária.